24 dezembro 2013

NATAL: TEMPO DE ESPERANÇA E FÉ


Aproxima-se o natal. Para muitas pessoas esta data é apenas mais uma festa onde há muitas bebidas e comidas gostosas. Para outras é uma ocasião de reencontrar os parentes e amigos. E para outros, infelizmente, esta data é de penúria, pois não tem o que comer e muitas vezes estão mal vestidas, com frio e sem teto. Não deveria ser assim. Mas nossa sociedade consumista nos leva a gastos irresponsáveis, fazendo com que muitas pessoas se endividem e passem o ano seguinte tentando pagar as dívidas acumuladas no natal.
Mas afinal o que é o natal?
O natal é acima de tudo a comemoração do nascimento de Jesus Cristo – Salvador. Os profetas do Antigo Testamento anunciaram a vinda do Messias para salvar seu povo. No natal se concretiza a promessa feita por Deus. O nascimento de Jesus não é apenas um marco histórico, mas é também um acontecimento espiritual de suma importância para toda humanidade. “O Verbo se fez carne e habitou entre nós”, diz-nos São João em seu Evangelho. O próprio Deus se fez homem e veio morar conosco e morrer para nossa salvação. Ele veio inaugurar uma nova vida de fé e de amor. Veio nos trazer o perdão de todos os nossos pecados.
Natal é esta comemoração da vida. É Cristo em nós, trazendo alegria, paz e esperança. É a boa notícia que o anjo anunciou a José quando Maria engravidou.
Assim o ser celestial avisou os pastores enquanto guardavam suas ovelhas nos campos: “Não tenham medo! Estou aqui a fim de trazer uma boa notícia para vocês, e ela será motivo de grande alegria também para todo o povo! Hoje mesmo na cidade de Davi, nasceu o Salvador de vocês – o Messias, o Senhor”!  S. Lucas 2:10-11
Desejo um Feliz Natal a todos os leitores e amigos e que o ano de 2014 seja repleto das mais ricas bênçãos de Deus.
São os meus mais sinceros votos!

Haroldo Mendes

17 dezembro 2013

O FESTIVAL PROMESSAS E OS CANTORES GOSPEL


Eu assisti algumas partes da exibição pela Rede Globo do Festival Promessas, um evento musical, supostamente religioso de música gospel promovido pelas Organizações Globo. Pela TV eu pude ver a grande diferença entre adoração a Deus e a apresentação de um show artístico.
A chamada música gospel se tornou algo meramente secular. Os temas são religiosos, falam de Deus, de Jesus, do Espírito Santo, da Bíblia Sagrada, mas seus objetivos são tão profanos e mundanos quanto um Rock in Rio.
O mercado musical quando descobriu o potencial comercial da música gospel partiu pra cima. Gravadoras como MK Publicitá, Line Records, Som livre e muitas outras investem pesado em seus artistas. Pois é isso mesmo que são os cantores gospel. Artistas que visam fama e dinheiro.
Fora o narcisismo exagerado de alguns e a ganância financeira de outros, ainda há os absurdos teológicos cantados por essa gente. Não raro letras com heresias bizarras demonstrando claramente o desconhecimento bíblico e a falta de instrução mínima do cristianismo evangélico e protestante.
Não estou aqui fazendo nenhum julgamento, mas levantando um questionamento para reflexão dos meus leitores. Será que os festivais ou shows como o Promessas, acrescentam algo ao Reino de Deus e à Igreja do Senhor? Acredito que absolutamente não! Basta dar uma pequena olhada no que acontece nesses eventos para sabermos o quão fugaz eles são e que em nada diferenciam de outros eventos musicais não religiosos.
Os cantores gospel que se tornam celebridades passam a cobrar fortunas para se apresentarem nas igrejas. Nada contra a cobrança, mas não me venham com essa conversa fiada de que são adoradores. Os anjos não cobram cachê para adorar ao Senhor e os verdadeiros adoradores o fazem com o coração e não com o bolso.
Não se iludam achando que a Rede Globo está interessada na música cristã. Não. Ela quer é ibope e consequentemente dinheiro.
Mas a sedução da telinha não se restringe à música gospel. Há pastores que também se deixam levar pelo encanto da TV. Pastores que há bem pouco tempo demonizavam a Globo, hoje se dobram ao canto da seria global e de outras TVs, como se isso fosse fundamental para o avanço da mensagem de Cristo.
Sejamos ao menos coerentes com nosso discurso e busquemos a simplicidade do Evangelho de Cristo.
Quem viver verá!

Haroldo Mendes

29 novembro 2013

PERDOAR PARA SER PEDOADO

Perdoar. Esta é uma palavra muito usada e solicitada em nossa sociedade. Quando erramos devemos pedir perdão a quem ofendemos ou a quem prejudicamos. Se alguém nos prejudica ou ofende deve também nos pedir perdão. Pelo menos esta deve ser a forma mais civilizada de agirmos em sociedade.
O perdão tem essa característica única de unir as pessoas novamente. Quem nunca foi ofendido ou mesmo prejudicado por uma pessoa amiga e querida? E quem nunca ofendeu ou “pisou na bola” com alguém que ama? E quem também já não experimentou a feliz sensação de paz e conforto quando pedimos e recebemos perdão ou quando alguém nos pede e damos perdão? É algo maravilhoso, reconciliador e trás muitos benefícios para nossa vida interior.
Jesus foi um grande incentivador do perdão. Ele não somente perdoava a todos como também estimulava a prática do perdão, chegando muitas vezes a dizer que devemos perdoar sempre e em qualquer circunstância.
Vejamos: “Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? Jesus respondeu: Eu digo a você: Não até sete, mas até setenta vezes sete”. S. Mateus 18:21-22.  Isso nos dá um sentido de perdão incondicional. Ou seja, perdoar sempre não importando o tamanho do agravo. Também na oração ensinada por Jesus a seus discípulos, o “Pai Nosso” ele diz: “Perdoa as nossas ofensas assim como nós perdoamos aos que nos tem ofendido”. S. Mateus 6:12.
O perdão é um processo natural no Reino de Deus. Os filhos do Reino são estimulados pela Palavra de Deus a vivenciarem o perdão constantemente.
Olhando de maneira superficial e aparente, parece ser muito fácil pedir e dar perdão. Mas as coisas não são tão fáceis assim na realidade. Perdoar é uma tarefa difícil para quem sofreu um agravo, uma afronta ou mesmo foi vítima de algum crime grave. Para certos tipos de coisas é muito difícil exercer o perdão. Mesmo entre cristãos há certos casos complicados onde perdoar se torna uma verdadeira batalha espiritual entre seguir o ensino de Jesus do perdão ou ceder à ira e aos sentimentos de vingança.
Nosso crescimento espiritual depende de coisas pequenas que muitas vezes não damos importância. Precisamos abandonar as mágoas, perdoar os que nos feriram e pedir perdão aos que ferimos. São coisas simples que fazem toda diferença em nossa vida interior.
Sigamos as pegadas do mestre Jesus que nos ama com um amor incondicional e vivamos a plenitude da vida que ele tem para nós. Lembrando que Deus nos amou primeiro, antes mesmo de pedirmos seu perdão. Façamos da prática do perdão um estilo de vida e um princípio de nosso agir no mundo e na igreja.

 Haroldo Mendes

31 outubro 2013

UMA NOVA REFORMA PROTESTANTE PARA O SÉCULO XXI


Há quase 500 anos o monge agostiniano Martinho Lutero (Martim Luther) afixava na porta da catedral de Wittenberg suas 95 teses. Esse documento foi o embrião de uma transformação única na vida da Igreja Cristã. O poder papal foi abalado e as estruturas da Igreja Romana foram trincadas abrindo espaço para uma nova dimensão de espiritualidade e de vida para o povo.
A chamada Reforma Protestante, iniciada na Alemanha, mas que em pouco tempo se alastrou por toda a Europa, trouxe não somente ganhos espirituais, mas também sociais. O povo andava escravizado por uma teologia medieval e supersticiosa. Eram reféns de padres e bispos gananciosos e inescrupulosos. Eles viviam uma verdadeira prisão! A Reforma veio trazer a liberdade da fé. De acordo com Martinho Lutero todos os homens eram livres para crerem segundo a consciência de cada um. A Bíblia Sagrada deveria ser lida por todos e não somente pelo clero. Os crentes não precisavam de mediadores e todos os cristãos eram sacerdotes. Sua tônica era o texto de S. Paulo aos Romanos 1:17b. “Mas o justo viverá da fé”. Lutero descobriu o segredo oculto de Deus. Somente a fé em Cristo é capaz de salvar e proporcionar nova vida a todo àquele que crê.
Hoje passados quase 500 anos a Reforma trouxe valores incalculáveis para o mundo. As nações protestantes são comprovadamente as mais ricas e mais desenvolvidas do planeta. Uma nova concepção da economia e a abertura para o mercado capitalista, a industrialização e a própria democracia são resultados da Reforma Protestante.
Mas a despeito desses avanços, no Brasil, temos assistido ao quase desconhecimento total da Reforma Protestante e seus valores na maioria da Igrejas Evangélicas. Muitas não sabem nem a data da Reforma, outras, mesmo sabendo, ignoram e não celebram como deveriam esta data tão importante. Se perguntarmos na maioria das igrejas de hoje o que foi a Reforma muitos não saberão sequer explicar o que é. Outros desconhecem totalmente o nome de Martinho Lutero, de Calvino, de Ulrico Zwinglio e João Knox, etc...
            Somos herdeiros de uma ação inigualável de Deus na história do homem. Devemos comemorar esta data com grande júbilo no coração. Precisamos orar a Deus e pedir a Ele uma nova reforma para a Igreja do século XXI.
Deus seja louvado!

30 outubro 2013

NÃO SOMOS PERFEITOS



Não somos perfeitos. Definitivamente estamos muito aquém do ideal de perfeição. Há quem se julgue sem erros, se achando num patamar ilusório de perfeição. Mas isso não passa de mera ilusão. Nosso cotidiano nos denuncia cruelmente mostrando nossa realidade. Não somos perfeitos.
Há pastores e líderes que se enveredam pelo caminho tenebroso de se mostrarem a seus liderados como verdadeiros super-homens. Isso os leva a atitudes extremas, exigindo deles próprios uma disciplina muito além do que possam suportar, tornando os infelizes e sempre insatisfeitos com os resultados. Não há como arrancar de dentro de nós esta inclinação ao pecado. Somos todos herdeiros de uma natureza pecaminosa que sem a graça de Deus estaremos irremediavelmente perdidos.
Muitos ao perceberem sua incapacidade de santidade, partem para a hipocrisia. Pregam uma coisa e vivem outra, ou seja, faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço. Talvez essa seja a realidade da maioria dos líderes de nosso tempo. Vivem uma máscara de santidade quando no fundo estão atolados até ao pescoço em seus pecados.
Mas então diante desse quadro nada otimista o que fazer? É simples. Basta assumirmos nossa incapacidade e fragilidade e confiar na graça infinita de Deus.
O Evangelho é tão simples que as pessoas não entendem sua grandeza. Deus nos chama a viver com intensidade sua graça e seu amor. Ele chama homens e mulheres limitados e frágeis para o seu serviço. O que ele exige de nós é a total dependência Dele. Confiar Nele plenamente para que Ele possa nos usar como vasos consagrados e abençoados.
“E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo”. 2 Coríntios 12:9
Descansar no Senhor é um grande privilégio e virtude que deveriam ser cultivados a cada dia por nós. Confiar no Seu poder e na Sua abundante misericórdia para sermos instrumentos em Suas mãos. Deus quer nos usar, mas para isso temos de nos esvaziar de nós mesmos. Temos de abandonar nossa arrogância e prepotência de achar que somos capazes de viver uma vida correta e sem pecado. Devemos ser íntegros e éticos assim como nos ensina o Evangelho, mas devemos também reconhecer nossas limitações e não querer ser alguma coisa além daquilo que o Senhor nos deu. Ele nos fez humanos e limitados e é assim que devemos servi-lo em humildade e simplicidade.
Todos os profetas, servos e servas de Deus, foram homens e mulheres que assumiram sua condição humana de fraqueza. Eles venceram e se tornaram santos porque confiaram na graça de Deus e em seu infinito amor.
Então? O que você está esperando para mergulhar definitivamente na maravilhosa graça de Deus?
“Os que confiam no SENHOR serão como o monte Sião, que não se abala, mas permanece para sempre”. Salmo 125:1
Viva na dependência total de Deus e você verá os resultados na sua vida e no seu ministério. O Senhor te acolherá de braços abertos, como um pai abraça o filho que chega de uma longa viagem. Confie Nele!
Haroldo Mendes

10 outubro 2013

AMIGOS E AMIGOS...

“Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração”
Miltom Nascimento

Muitos de nós temos vários amigos. Quer no mundo real ou no mundo virtual. Amigos deveriam ser no mínimo pessoas ligadas a nós para nos fazer bem, nos trazer alento nos momentos difíceis e para compartilhar conosco nossas alegrias e tristezas. Afinal amigo é para essas coisas.
Embora tenhamos expectativas positivas em relação a nossos amigos, (pelo menos eu penso assim) nem sempre é o que acontece de fato.
Nas redes sociais vamos adquirindo amizades as mais diversas de todos os lugares, não só do Brasil, mas também do exterior.  A gente usa esse meio tão em moda para se comunicar e fazer amigos de todos os tipos, uns bons e outros nem tanto. Tenho tido muitas experiências interessantes com amigos virtuais e amigos reais. E acredito que isso me tem feito crescer bastante em relação aos relacionamentos.
Mas vamos aos fatos que realmente nos interessam. Como disse acima há amigos que nos fazem bem e outros não. E é sobre isso que quero refletir com você nesse texto meu caro leitor.
Quando é que uma amizade te faz bem e quando não faz? Bem, esta é uma questão fundamental para sabermos se mantemos ou não a amizade. Quando uma pessoa seja ela homem ou mulher que faz parte de seu rol de amigos te faz bem sabemos logo. A conversa é sempre agradável, ela procura de todas as formas agradar e ajudar no que for preciso. Mais ainda, você não fica com aquela sensação de que precisa tomar cuidado com aquela pessoa. Ela te trás confiança, você fica relaxado na sua presença e quer compartilhar as coisas boas e ruins com ela. Além disso, a gente sente um prazer enorme em ficar junto com essa pessoa, celebrar os bons momentos e chorar os maus. O verdadeiro amigo é sempre aquele que não quer “puxar seu tapete”, pelo contrário, ele se alegra em ver seu sucesso e se possível te ajuda a alcança-lo. Amigos assim devem ser cultivados e se você não os tem ainda, procure-os, pois são raros e vale a pena mantê-los.
Por outro lado há aquelas amizades que surgem em nossa vida que não nos fazem nada bem. São pessoas que se aproximam de nós sabe-se lá com quais propósitos! Mas elas existem e tenha certeza, fazem parte do seu rol de amigos e estão sempre à espreita para tirar proveito de alguma situação sua.
Dizia o poeta mineiro numa canção: “amigo é coisa pra se guardar debaixo de sete chaves”. E é mesmo. Quem tem bons amigos preserve. Quem não tem conquiste. Quanto aos maus e falsos amigos, melhor mesmo e abandoná-los e seguir em frente com sinceridade e amor no coração.
Haroldo Mendes





26 setembro 2013

OS VENTOS DE DOUTRINA E A FÉ CRISTÃ

Estamos em aperto por todos os lados. A Igreja Cristã está numa encruzilhada tremenda e se não tomar uma posição firme corre sério risco de cair numa crise sem precedentes.
Vou explicar melhor. Fomos invadidos por uma onda de misticismo e de barganhas com Deus de maneira tal que me deixa extremamente preocupado.
As igrejas neopentecostais são verdadeiras feiras ou mercados de quinquilharias supostamente evangélicas. Além disso, prometem o Céu e cura para todos os males, desde espinhela caída até amor traído. E não obstante tudo isso ainda há a chamada Teologia da Prosperidade que promete mundos e fundos, mas que no frigir dos ovos só enriquece mesmo seus pregadores televisivos ou não!
Bem, esse é um dos lados da moeda. Mas tem outro!
Como se não bastasse a bizarrice dos neopentecostais está surgindo e com veemência, outra  onda a saltar no meio evangélico. É o neojudaísmo. Mais conhecido como judaísmo messiânico. Esses, ao modo dos ebionitas do ano 150, (seita judaizante da era pós apostólica) também querem impingir à Igreja do Senhor costumes judaicos e o estrito cumprimento da lei mosaica. Eles “guardam” o sábado, seguem regras rígidas de alimentação, evitam alimentos que o Velho Testamento condena e se apegam às festas judaicas, dizendo que a Igreja Cristã precisa celebrar as festas bíblicas.
Mas a questão maior está em que esses neojudeus têm sérios problemas de ordem teológica. Muitos deles sutilmente negam a divindade de Cristo e a doutrina da Trindade. Se são judeus como afirmam  não aceitam que Deus seja mais de uma pessoa, logo, o Messias não é Deus, mas tão somente o Filho de Deus Salvador. Esta é a mesma doutrina de um homem chamado Ário. Vejamos o que ensinava o presbítero de Alexandria Ário:
“Por volta do ano 319, Ário começou a propagar que só existia um Deus verdadeiro, o "Pai Eterno", princípio de todos os seres. O Cristo-Logos havia sido criado por Ele antes do tempo como um instrumento para a criação, pois a divindade transcendente não poderia entrar em contato com a matéria. Cristo, inferior e limitado, não possuía o mesmo poder divino, situando-se entre o Pai e os homens”
Esta doutrina perniciosa da negação da divindade de Cristo ainda perdura em nossos dias. Além dos judeus messiânicos, há também igrejas que se autodenominam evangélicas que abraçam essa heresia.
Tempos difíceis os nossos. Precisamos voltar para o estudo sistemático das escrituras e da tradição da igreja. Não há como desvincular a igreja de sua história. Estejamos atentos e repudiemos os ventos de doutrina.

03 agosto 2013

AINDA SOBRE A VISITA DE FRANCISCO

Depois da visita do Papa Francisco ao Brasil as lideranças “evangélicas” da Teologia da Prosperidade ficaram de orelhas em pé. Nunca na história desse país (como dizia nosso ex-presidente Lula) houve tanta preocupação com uma liderança católica.
O Papa Francisco sabe bem a que veio. Ele tem em sua agenda um papel definido em relação ao Brasil. O catolicismo romano precisa ser reavivado no maior país católico do mundo. E isso foi mais do que comprovado com as multidões de fiéis que tomaram as ruas por onde ele passou. E para espanto de alguns, não foram poucos os evangélicos que correram para saudar o pontífice argentino, numa clara demonstração de que a semente católica ainda persiste em nosso povo.
Toda essa comoção no meio evangélico em relação ao Papa Francisco tem uma explicação. As Igrejas Evangélicas brasileiras carecem de uma liderança carismática e séria. O que assistimos são pastores televisivos legislando em causa própria, eles estão mais preocupados em amealhar dinheiro do que em pregar o Evangelho genuíno de Jesus. Há um distanciamento estratosférico entre esses supostos pastores e o povo humilde, que para a maioria dos pregadores televisivos só serve como massa de manobra e como meio de ganhar dinheiro.
A visita de Francisco trouxe muitas coisas positivas. Além de aquecer os corações dos católicos, também trouxe uma reflexão profunda dos valores cristãos tradicionais, que aliás, anda tão desvirtuado pelo neo pentecostalismo.
Não acredito que evangélicos retornem para a Igreja Católica Romana por causa da visita do Papa, mas a presença papal fez com que muitos repensassem sua fé e a prática evangélica em muitas denominações.
Temos de dar a mão à palmatória. Ser cristão é muito mais do que lotar igrejas aos domingos com promessas de prosperidade e com métodos duvidosos de como se dar bem na vida.

Evangelho é comprometimento com a causa de Jesus. É entrega incondicional ao projeto do Reino de Deus anunciado por Cristo. E nesse quesito acho que devemos aprender com Francisco.

17 junho 2013

SHOW DA FÉ


Hoje li uma postagem em uma rede social em que uma cristã evangélica enaltecia os vários cultos dominicais de sua igreja, cujos quais, segundo ela, estiveram lotados nesse domingo. Para muitos que me leem isso seria a maior maravilha do mundo, afinal de contas quem não quer uma igreja cheia e mais, com vários cultos no domingo e todos igualmente lotados?
Mas é justamente aí que reside a face do engano e a ilusão das megas-igrejas. Essa onda de que todas as igrejas devem ser gigantescas e cheias e que o crescimento deve acontecer a todo custo é uma tentação que pode e tem levado muitos ao desespero, frustação e pior, a banalização do evangelho e da pregação bíblica.
Os textos dos evangelhos, as epístolas e a história, nos asseguram que a igreja não cresce rapidamente. É um trabalho difícil, árduo e nem sempre gratificante. Se voltarmos nosso olhar para os primórdios do cristianismo veremos que não raro, homens e mulheres sacrificaram a vida, posição social, dinheiro e até família pela pregação genuína do evangelho. Vejamos o que nos diz a Bíblia:
“Nas perseguições, nos sofrimentos que conheci em Antioquia, em Icônio, em Listra. Que perseguições eu sofri! E de todas o Senhor me livrou! Aliás, todos os que querem viver com  piedade em Cristo Jesus serão perseguidos. 2 Timóteo 3:11-12 (BJ)
Muitas igrejas em nossos dias crescem através de uma muito bem engendrada estratégia de marketing. Igrejas-shows, onde os líderes são verdadeiros animadores de auditórios e que promovem espetáculos nada espirituais com o simples propósito de entretenimento, usando para isso a Palavra de Deus. Cada semana ou mês tem algo diferente. O povo cego, sendo guiado por pastores mais cegos ainda e ficando à mercê desses espertalhões que em troca do entretenimento supostamente espiritual, lhes amealham quantias vultosas de dinheiro e tudo em nome da fé e da “obra" do Senhor!
Nessas “igrejas”, nada se parece com igreja. Tudo é feito de maneira tal que o fiel se sente em um ambiente onde nada lembra o sagrado é a secularização da fé para atrair mais e mais seguidores.
Será que a igreja precisa de shows para sobreviver? Será que é necessário levar artistas e pregadores eloquentes a peso de ouro para entreter os crentes? De acordo com o Novo Testamento e com a história da Igreja, os discípulos é que era o espetáculo para os romanos, quando eram jogados nas arenas para serem devorados pelos leões ou quando serviram como tochas humanas para iluminar Roma.
A igreja de hoje nos causa vergonha. Não pela sua fragilidade, mas pela sua leviandade em relação à mensagem do seu fundador Jesus. Ele sim, o primeiro mártir, que deu sua vida por nós. Devíamos era lamentar e chorar nossas culpas e não vivermos esse ôba ôba desenfreado em busca de nossa própria satisfação.
Eu pergunto: onde ficam os pobres nesse novo modelo de igreja? E os idosos os pensadores e mestres? Não há lugar para essa gente nas igrejas-shows, porque lá é um espaço onde é proibido pensar e refletir. Lá é lugar de entorpecimento da razão e da fé verdadeira.


Haroldo Mendes

29 maio 2013

IGREJA OFICIAL?

Desde que Jesus fundou a Igreja e seus apóstolos e discípulos iniciaram sua pregação e propagação, temos visto na história do cristianismo a arrogância e petulância de alguns grupos que se autodenominam como a única e verdadeira Igreja do Senhor. Sim, isso mesmo. Muitos gostam de se autoproclamar a IGREJA e não se contentam em ser apenas parte da Igreja.
Mas afinal qual é a Igreja verdadeira? Os Católicos Romanos dizem que são eles os sucessores diretos do apóstolo Pedro, inclusive, sendo este o primeiro Papa de Roma (colega do atual Francisco). Os Ortodoxos questionam isso dizendo que na verdade são eles que descendem de Pedro e que são eles mesmos a primeira Igreja cristã do mundo.
Entre anglicanos a coisa não fica muito longe disso também, pois há os que pensam ser oficiais, mesmo fora da Inglaterra, como é o caso da 19º província brasileira da Comunhão Anglicana, que se autointitula Igreja Anglicana Oficial do Brasil em detrimento das demais Igrejas Anglicanas que não estão em comunhão com a Sé de Cantuária.
Para não parar por aqui e para não ficar somente entre as denominações mais antigas, o mesmo fato corre também entre as Igrejas Evangélicas. Assembleia de Deus, Batistas, Presbiterianos, Metodistas, etc....Cada uma dessas igrejas têm sua versão “oficial” e não raro hostilizam as demais igrejas que não estão em comunhão com essa ditas igreja oficiais.
Bem, vamos aos fatos. Jesus fundou a Igreja e ela, a partir de Pentecostes, se espalhou mundo afora. Seria impossível oficializar a Igreja em seus primórdios, visto sua situação de perseguição e clandestinidade. Além disso, era um grupo pequeno ainda e sem uma doutrina muito definida. Jesus com toda certeza não fundou nenhuma das denominações existentes hoje em dia, incluindo aí a mais antiga que é a Igreja Católica Apostólica Romana.
As igrejas históricas mais antigas foram fundadas por apóstolos ou por discípulos de apóstolos e muitas delas hoje já nem existem mais, como é o caso das sete igrejas do Apocalipse.
Mas o que então torna uma igreja verdadeira? Em primeiro lugar a Igreja do Senhor foi fundada sobre a doutrina dos apóstolos. Esse é um ponto fundamental para se saber a legitimidade de uma determinada igreja. Ela segue a doutrina dos apóstolos? Ela zela em manter a tradição apostólica? As igrejas verdadeiras confessam os credos históricos (Credo Apostólico e Niceno) e tem a Bíblia Sagrada como sua regara de fé e prática. Todas as verdadeiras igrejas cristãs tem a mesma fé naquilo que é essencial. Ou seja, a afirmação das Escrituras (Bíblia), Os credos históricos, os sacramentos (Batismo e Ceia do Senhor) e a afirmação de que Jesus Cristo é o Único e suficiente salvador. Esta é a base de toda igreja verdadeira. O que foge disso é questionável!
Deus tem um povo salvo e que o adora em espírito e em verdade. E é esta igreja que ele virá buscar em sua segunda vinda em glória.
Confiemos no Senhor!

Haroldo Mendes

16 maio 2013

OS CORREDORES DO HOSPITAL JOÃO XXIII


Estive ontem no CTI do Hospital João XXIII. O hospital é uma referência nacional no tratamento de pessoas politraumatizadas e de queimados. Caminhamos eu e o pastor João Batista, pelos longos corredores até chegar onde estava internado meu querido amigo e irmão Rev. Fernando Moreira. Essa travessia, se é que podemos chamar assim os longos corredores percorridos, me deixou extremamente perplexo. Meu Deus quanta gente sofrendo! Achei que a vida ali não valia nem um centavo. É frágil demais. Ver àquelas pessoas naquela condição de fraqueza expõe de maneira visceral nossa total fragilidade humana. Como somos pequenos! Já nos dizia o poeta Carlos Drummond de Andrade.
Os corredores sombrios do João XXIII me fizeram pensar em algumas coisas sobre nossa existência. Quem afinal nós somos? Qual nosso destino? Será que estamos todos sujeitos aos caprichos da natureza e ao sabor das vicissitudes? Será que Deus brinca conosco a bel prazer deixando-nos à mercê das forças cósmicas e do acaso? Os corredores do João XXIII é um lugar que deveria ser visitado por muita gente. Pessoas que acham que a vida é sempre uma grande brincadeira e que nada de ruim pode acontecer com elas. Não. A realidade é muito dura para ser vivida na ilusão de que estamos imunes aos acontecimentos.
A vida não é brincadeira e precisa ser vivida com muita fé e responsabilidade. A fé cristã nos motiva a termos uma vida equilibrada e saudável e a buscarmos nossas referências na Palavra de Deus a Bíblia Sagrada.
Pensemos na vida, mas não deixemos de pensar também em nossa breve existência aqui na terra. Deus tem algo melhor para nós. Ele veio para nos dar vida e vida em abundância.
E ali naquels corredores longos do Hospital João XXIII fiz minha oração, com muita fé para que meu irmão Fernando fosse restaurado. Creio que Deus me ouviu.

Haroldo Mendes



22 abril 2013

PENSANDO NA FRAGILIDADE HUMANA

Os jornais e TVs de todo o mundo noticiaram recentemente a caída de um meteoro na Rússia. O objeto celeste pesava nada menos do que sete mil toneladas e tinha 15 metros de diâmetro. Ainda bem que ele se partiu em vários pedaços ao entrar na atmosfera da terra, pois caso contrário, milhares de pessoas teriam morrido.
De acordo com os cientistas o meteoro que caiu na cidade Tcheliabinsk, nos Montes Urais da Rússia é um minúsculo fragmento e como ele há infinitos outros em todo o cosmo.
Caro leitor confesso que depois desse ocorrido fiquei realmente muito apreensivo com nossa condição diante do universo. Os pesquisadores ressaltam que fatos como esse ocorrido em uma zona rural só acontece provavelmente de 100 em 100 anos. Entretanto, ninguém tem certeza disso, pois as regras lá em cima podem mudar a qualquer momento. Imagine se o meteoro tivesse caído em uma das grandes metrópoles do Brasil como São Paulo, Rio de Janeiro ou Belo Horizonte. Teríamos uma tragédia sem precedentes com milhares de mortos e feridos.
Estamos nas mãos de Deus, que criou todo esse universo e não deixa que as coisas saiam dos eixos. Esse meteoro foi apenas um sinal. Sua caída numa zona rural de uma cidade pequena é uma mostra do amor e cuidado de Deus pela raça humana. O amor de Deus não tem limites. Ele ama indiscriminadamente independentemente da nossa condição. O próprio Jesus diz de acordo como evangelista Lucas: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes”. Lucas 5:31
Eu vejo nesse episódio a nossa fragilidade diante da imensidão do universo e da grandeza de Deus. Sendo nós tão pequenos, apenas uma gota no oceano, mas ao mesmo tempo somos tremendamente amados por Deus. Realmente ele se importa conosco!
            Não dá para viver nesse mundo sem pensar no seu criador. O ateísmo é irracional. Uma coisa tão perfeita como o universo, com suas galáxias, astros, meteoros, planetas e satélites, não são mera obra do acaso ou algum mero acidente cósmico, mas há uma inteligência por trás de tudo e que com minucioso cuidado não permite que as coisas saiam do controle.
Não precisamos ser religiosos para acreditar em Deus, basta sermos mais inteligentes que perceberemos que há um criador que nos ama imensamente e que cuida de nós.
Tomara que novos meteoros não caiam sobre nós, mas confiemos em Deus!

Haroldo Mendes