06 março 2013

MOMENTO


Estou a mil por hora. Os pensamentos se agitam e voam como raios. É momento de reflexão, de deixar as ideias ferver em meu cérebro para que as coisas possam acontecer de maneira concreta.
A fé não desvanece, pelo contrário, ela cresce a cada dia e se aperfeiçoa para horizontes maiores e melhores.
A cada momento a esperança ressurge como um pássaro que reverencia o dia com seu canto maravilhoso e sonoramente harmônico. É tempo de mudança interior (e talvez exterior), tempo de retomada de posições, de colocar as coisas em seus devidos lugares para que tudo se ajeite comodamente criando a harmonia necessária.
A ansiedade vai minando nossas energias e nos sugando lentamente e se deixarmos ela nos mata bem devagarzinho. É como cortar a carne suavemente com um estilete, bem devagar, você quase não percebe, mas está cortando e se não cuidar o sangue escorre. É assim esse momento. Quieto e ao mesmo tempo tempestivo. Momento de fúria e de calmaria, onde busco encontrar a beleza das coisas e a sutileza dos sentimentos.
Como entender coisas tão belas e profundas? É o derramar da alma na busca de si mesma, na busca de sua completude e de sua definição.
Momento inigualável, único, não há como prevê-lo ou força-lo, ele simplesmente acontece, sem controle, não sabemos quando vem e nem quando vai. É momento de encontro com nós mesmos, com nossa interioridade, com nosso infinito que está dentro de nós.
É melhor sentir, mesmo que os sentimentos nem sempre sejam alegres, mesmo quando as lutas quase nos levam ao chão. Melhor sentir do que a apatia mórbida e cruel da indiferença. Os indiferentes, que abandonaram as paixões e os sentimentos, são cadáveres ambulantes, mortos-vivos que perambulam pelas ruas com suas máscaras sem cor e sem vida.
Mas há uma vida lá fora, que está te chamando e dizendo: vem. Vamos caminhar de mãos dadas com a vida e com a beleza. Àquele que nos criou nos fez para bem viver, para sermos felizes e livres para viver as paixões e os sentimentos maravilhosos que nos acometem de vez em quando.
Esse momento é meu, mas também pode ser o seu. Vamos extrair de nós mesmos a bondade guardada lá dentro, vamos soltar a vida reprimida e presa que clama por sua libertação.
Deus é vida e não morte. Portanto, vivamos a vida!

Haroldo Mendes