08 maio 2012

A BÍBLIA EM UMA DAS MÃOS E O JORNAL NA OUTRA

É comum em minha profissão acompanhar sempre os noticiários pela TV, rádio e jornais. Mas penso que não só pelo fato de ser jornalista e escritor, mas também por ser pastor isso deve ser uma constante no dia-a-dia de quem lida com pessoas e de quem é responsável pela informação em todos os seus níveis.
Karl Barth, renomado teólogo suíço, dizia que o cristão deve carregar em uma das mãos a Bíblia e na outra o jornal.  O homem ou mulher de Deus precisam estar bem informados sobre o que acontece à sua volta. A Igreja precisa se contextualizar e interferir nos processos de socialização do ser humano, pois afinal, diz a Bíblia, nós governaremos o mundo.
A realidade que nos cerca atualmente é de dar medo e causa extrema preocupação. A onda de violência que se abate sobre a sociedade moderna (pós-moderna) está se tornando sem controle. As forças de segurança dos estados e municípios em muitos casos ficam inertes diante de tanta barbárie. Estão matando a troco de nada! Assaltantes não se contentam mais em apenas roubar, mas além do abuso do roubo, querem também torturar e matar suas vítimas indefesas. 
Percebo uma cultura da violência em nossos dias. O futebol que antes era um esporte que nos emocionava pela arte, agora virou caso de polícia com os assassinatos cujos maiores suspeitos são as torcidas organizadas. A pedofilia, antes restrita a pouquíssimos casos se tornou uma constante dos noticiários. E ela não é exclusividade de maníacos desajustados socialmente, mas atinge homens de todas as classes, desde religiosos até magistrados, o que nos causa grande espanto!
As estatísticas comprovam que a criminalidade cresceu assustadoramente nos últimos anos. Quanto mais evolução tecnológica, mas cresce a onda de violência e a criminalidade. Quanto mais o homem avança longe de Deus, mais se apresenta sua face oculta de brutalidade e barbarismo.
A cada cinco segundos uma mulher é espancada no Brasil. E não é só isso, segundo informações do jornal O Dia, nos últimos dez anos foram assassinadas 43,5 mil mulheres no Brasil. 
O mapa da violência de 2012, pesquisa coordenada pelo sociólogo Júlio Jacobo Waiselfiz, mostrou ainda que um ano após a lei Maria da Penha ser implantada, em setembro de 2006, as taxas de homicídio apresentaram visível queda (de 4,6 para 3,9 mortes em cada 100 mil mulheres). Já a partir de 2008, a violência retoma os patamares anteriores, com 4,4. Segundo o estudo, isso revela que as atuais políticas ainda são insuficientes para mudar a situação das mulheres no Brasil.
A violência não para de crescer e a igreja não pode se omitir diante de um quadro tão trágico como esse em que vivemos.
A Bíblia em uma mão e o jornal na outra, essa deve ser nossa postura como líderes da Igreja de Cristo. Nossa pregação deve ser profética e denunciadora, a igreja não deve se calar diante da violência e da injustiça.
Lutemos pelo Evangelho integral e pelo resgate da dignidade humana, tendo como referência o Príncipe da Paz!
Haroldo Mendes