Depois da visita do Papa Francisco ao Brasil
as lideranças “evangélicas” da Teologia da Prosperidade ficaram de orelhas em
pé. Nunca na história desse país (como dizia nosso ex-presidente Lula) houve
tanta preocupação com uma liderança católica.
O Papa Francisco sabe bem a que veio. Ele tem
em sua agenda um papel definido em relação ao Brasil. O catolicismo romano
precisa ser reavivado no maior país católico do mundo. E isso foi mais do que
comprovado com as multidões de fiéis que tomaram as ruas por onde ele passou. E
para espanto de alguns, não foram poucos os evangélicos que correram para
saudar o pontífice argentino, numa clara demonstração de que a semente católica
ainda persiste em nosso povo.
Toda essa comoção no meio evangélico em
relação ao Papa Francisco tem uma explicação. As Igrejas Evangélicas
brasileiras carecem de uma liderança carismática e séria. O que assistimos são
pastores televisivos legislando em causa própria, eles estão mais preocupados
em amealhar dinheiro do que em pregar o Evangelho genuíno de Jesus. Há um
distanciamento estratosférico entre esses supostos pastores e o povo humilde,
que para a maioria dos pregadores televisivos só serve como massa de manobra e
como meio de ganhar dinheiro.
A visita de Francisco trouxe muitas coisas
positivas. Além de aquecer os corações dos católicos, também trouxe uma
reflexão profunda dos valores cristãos tradicionais, que aliás, anda tão
desvirtuado pelo neo pentecostalismo.
Não acredito que evangélicos retornem para a
Igreja Católica Romana por causa da visita do Papa, mas a presença papal fez
com que muitos repensassem sua fé e a prática evangélica em muitas denominações.
Temos de dar a mão à palmatória. Ser cristão
é muito mais do que lotar igrejas aos domingos com promessas de prosperidade e
com métodos duvidosos de como se dar bem na vida.
Evangelho é comprometimento com a causa de
Jesus. É entrega incondicional ao projeto do Reino de Deus anunciado por
Cristo. E nesse quesito acho que devemos aprender com Francisco.