Uma frase da jornalista
Marilene Felinto, escrita em 2001 no jornal Folha do São Paulo, causou enorme
repulsa em alguns setores da Igreja Evangélica na época. Silas Malafaia
esbravejou em seu programa de televisão contra a jornalista. O então governador
do Rio de Janeiro, Antonhy Garotinho, que foi o alvo da coluna, escreveu para o
jornal afirmando seu repúdio ao texto da jornalista.
Bem, o leitor deve estar
indagando de que texto se trata, afinal fazem-se treze anos desde a publicação
da frase que causou tanto mal estar nas lideranças evangélicas brasileiras. E
confesso humilde, que a mim também causou à época certa indignação.
Mas vamos aos fatos, ou
melhor, à frase. A colunista da Folha escreveu seu artigo cujo título era:
“Brincando de presidente”, numa clara alusão à tentativa (frustrada) de
Garotinho ser eleito presidente do Brasil nas eleições presidenciais de 2002.
No texto Marilene Felinto chama Garotinho de obscurantista e que sua intenção
seria implantar no Brasil uma ditadura de crentes. Entretanto não foi somente
isso que irritou Garotinho e Silas Malafaia, mas sim uma frase que soou de
maneira destoada e irritante aos ouvidos das lideranças evangélicas. Essa frase
atingiu a sensibilidade e mexeu com os brios dos evangélicos brasileiros,
principalmente os televisivos que pensam que pelo fato de estarem na mídia são
obrigados a defender e a falar por todos os crentes.
A frase da jornalista bateu
forte num momento em que Antonhy Garotinho mobilizava os evangélicos para
votarem nele nas eleições presidenciais de 2002. A frase de Marilene nos
provoca até hoje indignação, pois ela escreve com todas as letras que garotinho
em seus objetivos políticos,
“quer
transformar o país numa ditadura de crentes: usa a MASSA IGNARA, os programas evangélicos na TV e no rádio para
tentar criar nome".
Os evangélicos somam hoje
algo em torno de 30% da população brasileira, esse é um contingente expressivo
e não pode ser ignorado de forma alguma. Entretanto, a questão é que vendo e
ouvindo os discursos que se fazem hoje tanto na TV como nos púlpitos e
percebendo a alienação do nosso povo frente aos absurdos que se propalam nas
mídias e igrejas chego a pensar que Marilene tem certa razão. Não há senso
crítico. Os crentes engolem qualquer baboseira dita por alguém que se torna
referência no meio evangélico.
Há sim em nosso meio uma
massa ignara que faz questão de permanecer surda e muda frente aos desatinos e
loucuras feitas por suas lideranças.
Penso que chegamos num
momento de decisões. Podemos entrar nessa onda absurda e vazia da autoajuda e
da pregação materialista da Teologia da Prosperidade ou então nos posicionarmos,
balizados nas Escrituras Sagradas (Bíblia) e nos escritos dos Pais Apostólicos
e estabelecer um divisor de águas na Igreja Evangélica Brasileira. Nesta
questão querido leitor você precisa tomar sua decisão, pois, não dá para ficar
em cima do muro e ver o barco afundando.