Há quase 500 anos o monge agostiniano Martinho
Lutero (Martim Luther) afixava na porta da catedral de Wittenberg suas 95
teses. Esse documento foi o embrião de uma transformação única na vida da
Igreja Cristã. O poder papal foi abalado e as estruturas da Igreja Romana foram
trincadas abrindo espaço para uma nova dimensão de espiritualidade e de vida para
o povo.
A chamada Reforma Protestante, iniciada na
Alemanha, mas que em pouco tempo se alastrou por toda a Europa, trouxe não
somente ganhos espirituais, mas também sociais. O povo andava escravizado por
uma teologia medieval e supersticiosa. Eram reféns de padres e bispos
gananciosos e inescrupulosos. Eles viviam uma verdadeira prisão! A Reforma veio
trazer a liberdade da fé. De acordo com Martinho Lutero todos os homens eram
livres para crerem segundo a consciência de cada um. A Bíblia Sagrada deveria
ser lida por todos e não somente pelo clero. Os crentes não precisavam de
mediadores e todos os cristãos eram sacerdotes. Sua tônica era o texto de S.
Paulo aos Romanos 1:17b. “Mas o justo viverá da fé”. Lutero descobriu o segredo
oculto de Deus. Somente a fé em Cristo é capaz de salvar e proporcionar nova
vida a todo àquele que crê.
Hoje passados quase 500 anos a Reforma trouxe
valores incalculáveis para o mundo. As nações protestantes são comprovadamente
as mais ricas e mais desenvolvidas do planeta. Uma nova concepção da economia e
a abertura para o mercado capitalista, a industrialização e a própria
democracia são resultados da Reforma Protestante.
Mas a despeito desses avanços, no Brasil, temos
assistido ao quase desconhecimento total da Reforma Protestante e seus valores
na maioria da Igrejas Evangélicas. Muitas não sabem nem a data da Reforma,
outras, mesmo sabendo, ignoram e não celebram como deveriam esta data tão
importante. Se perguntarmos na maioria das igrejas de hoje o que foi a Reforma
muitos não saberão sequer explicar o que é. Outros desconhecem totalmente o
nome de Martinho Lutero, de Calvino, de Ulrico Zwinglio e João Knox, etc...
Somos herdeiros de uma ação
inigualável de Deus na história do homem. Devemos comemorar esta data com grande
júbilo no coração. Precisamos orar a Deus e pedir a Ele uma nova reforma para a
Igreja do século XXI.
Deus seja louvado!