A
vida tem muitos contornos, principalmente a vida cristã e mais ainda para os
que buscam seguir sua fé de maneira séria, responsável e coerente.
Há
uma distância imensurável e colossal entre o Deus santo no qual cremos e nós
humanos simples mortais. Se nos apegarmos a essa distância poderemos ser
levados ao desespero e entrar num conflito existencial sem precedentes.
Como
conciliar uma crença que exige de nós aproximação e semelhança com a santidade
de Deus e nossa pobre natureza humana pecaminosa e frágil? Esta é uma pergunta
que requer uma cuidadosa reflexão.
Não
acredito que haja nesse mundo um cristão ou cristã, por menor que seja, que não
queira agradar a Deus e que não deseja viver em comunhão com ele. Esse é o
anseio de todos os crentes, viver de acordo com a vontade de seu Deus e fazer
tudo o que ele gostaria que fizessem. Jesus disse no Evangelho que a sua comida
era fazer a vontade do seu Pai. (João 4:34). Se o próprio Senhor Jesus tinha
esse anseio, quanto mais nós que somos por natureza pecadores e necessitamos da
graça e misericórdia de Deus.
Há uma
diferença muito grande entre o que queremos e idealizamos e a realidade
presente, o nosso cotidiano real. O dia-a-dia! E é aí que a porca torce o rabo
como diziam os antigos. Como viver essa realidade do cotidiano e ao mesmo tempo
fazer a vontade de Deus?
Bem,
o caminho é realmente escorregadio nesse terreno. Não é fácil chegar a um
denominador comum diante das muitas propostas que surgem a cada instante.
Servir a Deus implica em um comprometimento profundo com valores existenciais
de tremendo impacto em nossa vida. Não é possível ser um cristão autêntico sem
ser impactado pela mensagem e presença de Jesus.
Você
pode tomar duas atitudes em relação à sua vida cristã. Pode seguir vivendo de
maneira superficial, ignorando os apelos incisivos da Palavra de Deus ou então
poderá se comprometer com a ética de Jesus e se tornar realmente um discípulo
do mestre carpinteiro de Nazaré. A escolha é sua. Mas saiba que em relação a
Jesus não podemos ficar neutros. Ou nos comprometemos com ele ou o ignoramos.
Sua mensagem nos leva a tomar uma posição pró ou contra ele. Não dá para ficar
em cima do muro como se nada estivesse acontecendo. O mundo gira e os planos de
Deus não podem ser frustrados. Ele garantiu para nós eterna salvação e tenha
certeza que ele levará a cabo seus planos, por menores que sejam.
Mas o
problema continua. Como servir em sinceridade e verdade a um Deus santo, quando
sabemos que somos seres humanos limitados e cheios de imperfeições? Esta
pergunta inquieta os corações sinceros e nos chama a uma busca mais acurada para
entendermos a nossa fé. Requer um debruçar sobre a Palavra de Deus e sobre a
espiritualidade e prática cristã através dos séculos.
O
Movimento Evangélico de umas décadas pra cá se tornou superficial e com o
advento do neopentecostalismo a coisa piorou de maneira tal, que não se sabe mais
que rumos estão tomando as igrejas. A mediocridade e a ganância financeira
tomou conta desse segmento. Pastores viraram verdadeiros empresários da fé e as
igrejas verdadeiros negócios.
Como
sair desse conflito? Esta é uma pergunta que devemos nos fazer incessantemente.
Não podemos entrar no “esquemão” das igrejas de mercado e virar um shopping
center da fé.
Há
uma carência espiritual enorme no povo de Deus. A maioria desconhece os valores
perenes das coisas espirituais, vivem um subpaganismo terrível e, pior, pagam
caro por isso, não somente no aspecto financeiro nas mãos de aproveitadores,
mas também um alto preço emocional, que não raro produz efeitos colaterais
devastadores.
Está
na hora de uma santa rebelião contra essa alienação do nosso povo. Vamos
entender que Deus nos chama a uma vida agradável a ele e uma vida relevante em
todos os setores de nossa sociedade.
Deus nos
chama à santidade!
Se
quisermos poderemos transformar o mundo pela ação poderosa de Deus em nós.
Haroldo
Mendes