25 novembro 2010

O SENTIDO DA NOSSA FÉ

A fé cristã é muito mais que simplesmente se filiar a uma determinada denominação religiosa. Ela abrange uma realidade muito mais ampla, mais concisa e determinantemente transformadora!
É assim que devemos entender a mensagem do homem de Nazaré. Ele veio há mais de dois mil anos e nos trouxe algo imensurável, trouxe-nos a vida o prazer e a alegria de viver.
Sem entender a realidade transformadora da mensagem de Jesus, não vale à pena ser cristão. Nossos olhos devem estar atentos às palavras descritas nas entrelinhas da Bíblia. Ler não somente com os olhos intelectuais, mas observar atentamente com os olhos do espírito. Aí sim, poderemos encontrar alguma pista do que procuramos. Pistas que farão toda diferença em nossa vida, que mudarão nossos conceitos e nosso modo de viver.
A maioria das pessoas passará esta vida sem entender o seu real significado. Elas nascerão, crescerão e inevitavelmente vão morrer, sem entender ao menos o que vieram fazer aqui. Ou pior, sem compreender qual o real significado de suas existências. Essas pessoas pensarão que viveram, mas na verdade elas se iludiram e se deixaram levar pelas aparências que o mundo colocou diante delas. Elas sucumbiram à ilusão da vida dos sentidos e não entraram na real existência.
O ser humano é um ser espiritual. Mesmo que os cientistas digam o contrário, mesmo que os intelectuais e ateus tentem a todo custo banir Deus e a espiritualidade da nossa existência, eles não conseguirão. Os homens, mesmo os mais primitivos habitantes de civilizações remotas e os mais estudiosos, não conseguirão apagar Deus de suas trajetórias. Fica sempre um vazio dentro do homem. Sempre há algo que falta sempre uma saudade, uma busca. Os homens vivem com uma sensação de incompletude tremenda! Está faltando algo (ou alguém) em nossa vida. É sempre assim. Santo Agostinho, que foi bispo de Hipona, no 4º século, dizia que Deus nos fez para Ele e nosso coração só descansará quando descansar Nêle. Isso é verdade. É real! Temos um vazio imenso dentro de nós que só pode ser preenchido com a presença de Deus.
O Senhor sempre quis estar perto de nós. Desde o princípio já podemos perceber isso nos relatos do livro de Gênesis, onde Deus à tarde ia visitar Adão e dialogar com ele.

“Naquele dia, quando soprava o vento suave da tarde, o homem e a sua mulher ouviram a voz do SENHOR Deus, que estava passeando pelo jardim”. ( Genesis 3:7 NTLH)

O texto, que para muitos soa como uma alegoria ou mesmo como lenda, nos dá com muita clareza essa relação da criatura com seu criador. É uma intimidade que Deus sempre quis ter conosco.
Então entender esse princípio de que o cristianismo é muito mais do que uma religião é o primeiro passo para se entender sua beleza e profundidade. As religiões buscam se ligar a Deus, esse é o sentido etimológico da palavra religião, religare. Mas no cristianismo é Deus quem toma a iniciativa, é Ele que vem ao nosso encontro, para cuidar de nós e nos mostrar o caminho de volta pra casa.

01 novembro 2010

A Igreja do Passado e a Igreja do Presente

   Estamos vivendo um tempo profundamente perigoso para a Igreja de Cristo. Em primeiro lugar devido à banalização da fé pelos de fora da Igreja. E em segundo, pela vulgarização do sagrado pelos de dentro; aqueles mesmos que deveriam ser os guardiões da fé.O primeiro ponto não me assusta, pois, na verdade, não espero muita coisa daqueles que não creem em Deus. Mas o segundo, me deixa muitíssimo preocupado, pois envolve diretamente os que deveriam ser o baluarte da fé.
   A maioria das Igrejas atuais optou por um caminho estranho à tradição apostólica. Elas deixaram de lado o legado seguro dos apóstolos e dos seus discípulos para seguirem seu próprio caminho. Caminho este, diga-se de passagem, escorregadio e muito perigoso. As seitas neopentecostais não param de crescer e muitas Igrejas históricas se enveredaram na competição do mercado religioso para garantir seu nicho de fiéis.
   Há um despojamento quase que total da tradição histórica do cristianismo em grande parte das Igrejas Evangélicas brasileiras. É como se elas dissessem: “Não queremos o passado, nós representamos o novo”. E é aí que mora o perigo! Deixar o antigo pelo novo. Isso trás consequências desastrosas para o avanço do Reino de Deus.
   Em lugar algum das Escrituras Sagradas Canônicas (a Bíblia) se diz que devamos abandonar a tradição. Pelo contrário a recomendação é de que precisamos guardar a herança que nos foi transmitida (conf. Judas 3). A fé é imutável, não há Igrejas modernas, pois elas sempre estarão conectadas com as comunidades primitivas do primeiro século. Se abandonarmos a fé apostólica correremos o risco de sair da ortodoxia (reta doutrina). E isso é, no mínimo, apostasia (abandono da fé).
   Eu pergunto aos leitores: onde é que estava a Igreja no período que vai do século I ao século XVI quando veio a Reforma Protestante? Será que a Igreja do Senhor se abstraiu? Foi abduzida? Sumiu? Escafedeu-se? Não, não! Ela estava lá. Sempre esteve lá. Porque ela é a Igreja do Senhor! Nem católica e nem protestante e, ao mesmo tempo, essas duas coisas. E as portas do inferno não prevalecerão contra ela!
   Em meio à turbulência que vivemos é mais do que necessário definirmos e afirmarmos nossa tradição apostólica. Eu não me refiro aos supostos “apóstolos” modernos, pregadores da Teologia da Prosperidade, mas, sim, à sã doutrina pregada por aqueles que viram Jesus, andaram com Ele e que foram testemunhas de Sua ressurreição.
   Voltemos a uma teologia mais centrada na Bíblia e na tradição, onde Cristo é o Senhor e não nós. Onde a glória não é deste mundo e onde os tesouros não são roubados e nem corroídos.
Oremos por uma Igreja mais conectada com o seu fundador: Jesus!

Haroldo Mendes

19 junho 2010

RESGATAR O EVANGELHO PARA OS EVANGÉLICOS

Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. S. João 6:68      

Estas palavras acima, registradas por João, estão recheadas de significado. Nunca como nos dias de hoje se necessitou tanto do mestre para nos conduzir a uma caminhada espiritual saudável.
O mundo pós-moderno com suas implicações afetou de maneira profunda a Igreja Evangélica no Brasil. Não sei se é porque as bases que foram lançadas estavam firmadas no moralismo fundamentalista e puritano ou se realmente o que veio pra nós estava deteriorado. O certo é que algo de muito estranho está acontecendo na Igreja Evangélica Brasileira. A música tocada pela teologia propalada por muitos líderes, não soa bem aos nossos ouvidos, parece que o diapasão está com defeito e não consegue ditar as notas de maneira correta.
Para onde está indo esta igreja? Qual seu destino? Já dizia um antigo filósofo que não há vento que ajude o navio que não sabe para onde vai.
Fazendo um retrocesso na história da igreja, constataremos com certa facilidade que ela nos seus primeiros mil anos estava bem definida em seus propósitos. Ela sabia quem era o que estava fazendo no mundo e para onde iria. Hoje não! A maioria das denominações está como que perplexa diante dos novos desafios que se apresentam. Não há inserção social eficaz e nem um discurso capaz de demover os mais céticos de sua letargia espiritual.
A Igreja do Senhor é muito mais do que mera denominação ou agremiação religiosa. A comunidade dos primeiros cristãos era uma realidade social presente no contexto da sociedade de sua época. “Àqueles que têm transtornado o mundo chegaram até nós” Atos 17:7
O que estamos assistindo hoje? Pastores tentando a todo custo construir impérios religiosos em nome da fé. Disputa de poder inflando cada vez mais os egos narcísicos de muitos líderes e em especial os que invadem nossas casas pela TV, se utilizando desse veículo de comunicação para criar mil maneiras de tirar dinheiro dos fieis, sob a suposta alegação de que estão pregando o Evangelho e precisam pagar os horários na TV!
Como seria a reação do Senhor Jesus ao se deparar com esta igreja do Brasil? Será que ele compactuaria com a maioria dos ministérios existentes hoje? Será que Jesus se assentaria no sábado pela manhã em uma poltrona confortável para assistir à programação “evangélica” desse horário? Eu acredito que não! E acho até que ele se sentiria bastante incomodado com algumas atitudes e afirmações teológicas de alguns líderes nesse horário.
A afirmativa de Pedro em seu diálogo com Jesus nos dá um grande alento. Para onde iremos nós? Para frente da TV e assistir a programação “evangélica”? Compactuaríamos com essa teologia superficial e interesseira que circula por aí?
Bem, meu caro leitor a escolha é sua. O cristianismo pregado por Jesus e seus apóstolos não tem muito a ver com isso que está aí.
Precisamos resgatar o Evangelho nos evangélicos e a partir daí construir uma espiritualidade saudável e bíblica.

Quem viver verá!

Rev. Haroldo Mendes+

08 abril 2010

O Tempo da Páscoa – Ressurreição do Senhor!

Amados a maioria das pessoas acha que a festa principal da Igreja é o Natal. Embora o nascimento de Cristo seja de fundamental importância, existe outra festa que se constitui no ápice e no ponto central da fé – A ressurreição de Jesus!
Mesmo Jesus tendo nascido, vivido neste mundo, feito inúmeros milagres maravilhosos, se ele não tivesse ressuscitado isso seria de pouca importância. São Paulo afirma em sua primeira Carta aos Coríntios, no capítulo 15, que se Cristo não ressuscitou é vã a nossa fé. Realmente, sem a ressurreição a fé Cristã perde seu referencial maior, sua grande expectativa de uma nova vida depois desta aqui da terra.
Quando Deus-Pai tira Jesus da escuridão da morte, Ele o coloca no lugar de honra, à Sua direita, muito acima dos principados e potestades nas regiões celestes. 
Jesus tem a primazia sobre toda criação Ele é o primogênito e primícia dos que dormem. Sem a ressurreição não há salvação e nem vida eterna.
Amados, nesse tempo quando comemoramos esta festa gloriosa e tão importante para a Igreja, devemos trazer dentro de nós a convicção de que venceremos a morte juntamente com Cristo.
Aleluia! Cristo ressuscitou!
Verdadeiramente o Senhor ressuscitou Aleluia!

19 fevereiro 2010

PEDOFILIA, CORRUPÇÃO E ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

Nos dias de hoje algumas coisas nos incomodam muito. Entre elas a pedofilia, que tem crescido de forma espantosa em nosso país. Mesmo com o maravilhoso trabalho realizado pelo pastor e senador Magno Malta, com a CPI da Pedofilia, os números ainda são alarmantes. As autoridades precisam criar mecanismos mais rígidos e colocar na cadeia os pedófilos, sejam eles quem for. Nossas crianças devem ser preservadas das ações demoníacas desses animais!
Outra coisa que precisa ser tratada com extremo rigor é a corrupção. O Brasil está se tornando um celeiro de corrupção. É mensalão pra todo lado!  As instituições brasileiras estão abaladas e correm sério risco de serem desacreditadas. É preciso fazer uma faxina urgente no Congresso, Senado e nas Câmaras federal, estaduais e municipais.
Este ano teremos eleições para presidente da república, deputados estaduais e federais, vamos votar conscientemente. A classe política está perdendo toda sua credibilidade! Será necessária uma reforma na lei eleitoral e repensar todo o legislativo. Da maneira como está a corrupção vai continuar. E político corrupto é assim, ele renuncia pra não ser cassado e depois volta com a maior cara-de-pau, como se nada tivesse acontecido. E como o povo brasileiro tem memória curta, ele acaba sendo eleito novamente pra algum cargo!
Vocês se lembram do mensalão do Marcos Valério? Pois é, a maioria dos envolvidos está toda aí na ativa. Lembram da máfia das ambulâncias, configurado pela formação de quadrilha por empresários, políticos e servidores públicos para desviar dinheiro da saúde pública em 2007? Houve inclusive, parlamentares evangélicos de Minas Gerais envolvidos no escândalo. O rombo foi de 60 milhões aos cofres públicos. (Dinheiro dos pobres e miseráveis) Pois é, estão todos aí vivos e ativos a depauperar o erário público!
Além da pedofilia e da corrupção na política, ainda temos de conviver com a corrupção no meio evangélico. Escândalos e mais escândalos a pipocar em nosso meio. O apelo de Jesus para que nos preocupássemos com os pobres, (pois deles é o Reino dos Céus), passa longe dessa gente. Desde que o veneno da teologia da ganância (prosperidade) e do triunfalismo foi inoculado nas veias dos pastores-celebridades, o discurso é um só: VIVA O dEUS MAMON! (dinheiro). Tudo pela felicidade aqui na terra, ninguém se importa com ninguém o que vale é meu bem estar e minha prosperidade financeira. Ter carro do ano já se tornou algo obsoleto a onda agora é avião e helicóptero e alguns talvez já pensem em iates (gospel, claro).
Bem queridos leitores, temos de tomar atitudes mais concretas em relação a tudo isso. Não se deixem enganar. Quando for votar procure saber quem é realmente seu candidato, o fato de ele ou ela serem evangélicos não basta. Tem de ser realmente comprometido com o evangelho e com a justiça. Quando for dar sua oferta a algum ministério ou igreja, procure saber para onde vai seu dinheiro. Tem muita gente por aí se enriquecendo à custa de crentes menos avisados.
Fiquem atentos e tomem cuidado!
Quem viver verá.

Rev.Haroldo Mendes+

26 janeiro 2010

NEM TODO PROTESTANTE É EVANGÉLICO!

Nem todo protestante é evangélico. Parece contraditória essa afirmação, mas é a pura verdade! O protestantismo é filho da Reforma do século XVI, promovida por Martinho Lutero e outros tantos reformadores que Deus levantou para reformar a Igreja de Cristo. Mas antes deles vieram muitos outros, chamados de precursores da reforma. John Wycliff (professor da universidade de Oxford, na Inglaterra). Ele foi excomungado e punido mesmo depois de morto pela inquisição e Jan Huss (prof. da Universidade de Praga), foi queimado vivo. Os dois propuseram mudanças radicais na organização da Igreja e pagaram com a vida por causa de suas crenças!
A Reforma Protestante foi o maior acontecimento ocorrido na Igreja nos últimos quatro séculos. Ela, além de trazer à luz uma nova realidade da revelação de Deus, trouxe também transformação social e fez a Igreja Romano-Católica repensar muitas de suas doutrinas e ensinos.
Mas a grande verdade que poucos evangélicos sabem é que os reformadores em momento algum pensaram em fundar uma nova igreja. O que eles buscavam era a reforma da igreja, tirar as doutrinas espúrias, moralizar o clero romano que vivia desordenadamente. A maioria não era convertida e usava o sacerdócio como forma de ganhar dinheiro e muitas vezes explorando a boa fé do povo.
Não preciso citar a venda de indulgências, a caça às bruxas e o monte de doutrinas estranhas que assolavam a igreja da Idade Média. Lutero e seus companheiros queriam uma igreja católica reformada e é esse o espírito do protestantismo. Permanecer na igreja que já existia, porém propor uma mudança na sua estrutura. Mas isso infelizmente não foi possível e aí houve então a ruptura fracionando o corpo de Cristo e até hoje nós sofremos os efeitos dessa ruptura.
Depois da reforma surgiram grupos radicais, que exigiam um rompimento maior com a tradição da igreja. Eles confundiam o livre exame da Bíblia proposto por Lutero, com livre interpretação da Bíblia. Daí a causa das várias seitas e denominações evangélicas espalhadas no mundo inteiro, principalmente no Brasil e Estados Unidos, berço de tudo o que é bizarro e exótico em termos de religião!
A Reforma Protestante do século XVI não criou a maioria dos atuais movimentos ditos evangélicos. Eles têm outra origem. São frutos de movimentos radicais e totalmente desvinculados da Igreja Apostólica. A Reforma Protestante não criou os absurdos que se fazem hoje em nome da fé, como a Teologia da Prosperidade, que é o maior engano dos últimos tempos. A Reforma não criou a picaretagem institucionalizada em nome da fé cristã. Muitos filhos de Deus morreram por causa da Reforma, muitos foram trucidados e queimados vivos em nome dessa fé.
O que estamos assistindo hoje com o nome de igreja evangélica é um insulto à memória dos reformadores. Os protestantes são católicos em sua essência de fé, (pois preservam a fé que era desde o princípio) mas reformados em sua teologia e prática. Os protestantes rejeitam toda e qualquer heresia que se levante contra a Palavra de Deus. A Igreja Protestante é a Igreja da Palavra. Não tem “lenço ungido”, “sal grosso”, “sessão de descarrego”, “unção de R$ 900” e nem a herética “maldição hereditária”.
Nós evangélicos, precisamos voltar às nossas origens protestantes.
Oremos por um avivamento já!


Rev. Haroldo Mendes+

08 janeiro 2010

Se os reformadores estivessem vivos hoje, eles proporiam uma reforma imediata na Igreja Evangélica Brasileira!