15 novembro 2011

ÓLEO E ÁGUA NÃO SE MISTURAM

28 - “‘Um inimigo fez isso’, respondeu ele. "Os servos lhe perguntaram: ‘O senhor quer que vamos tirá-lo? 29 - "Ele respondeu: ‘Não, porque, ao tirar o joio, vocês poderão arrancar com ele o trigo.
30 - Deixem que cresçam juntos até a colheita. Então direi aos encarregados da colheita: Juntem primeiro o joio e amarrem-no em feixes para ser queimado; depois juntem o trigo e guardem-no no meu celeiro’ ". Mateus 13:28-30 (NVI)

Esta semana o tempo esquentou no meio gospel. Depois da matéria veiculada no “Domingo Espetacular” no dia 13, onde a Record (possivelmente a mando de Edir Macedo) colocou em cheque a famosa doutrina do cai-cai, conhecida como fanerose (em grego aparição). Esse movimento surgiu em Toronto no Canadá na década de 90 na Igreja do Aeroporto e ficou mais conhecido como Bênção de Toronto. Não preciso entrar em detalhes sobre o movimento, porque já é bem conhecido e muita gente assistiu à matéria da Record. Esta matéria suscitou a ira de inúmeros pentecostais que se sentiram agredidos com o fato, gerando muita polêmica nos meios de comunicação.
Outro fato que nos chamou atenção no meio gospel esses dias foi a crítica feita pelo apresentador Ratinho em seu programa diário a um bispo da Igreja Mundial do Poder de Deus, comandada pelo “apóstolo” Valdemiro Santiago. A crítica se refere a um testemunho de um homem que disse ter uma dívida de R$ 18 mil em determinado banco e que ele passou uma “toalha ungida” que recebeu na igreja na fechadura da porta de entrada do banco e que a dívida simplesmente desapareceu! Ratinho chamou o bispo de estelionatário e de charlatão. Valdemiro Santiago ficou furioso e rebateu em seu programa na Rede TV, lançando maldições sobre a vida de Ratinho.
Bem, por aqui dá para perceber a baixaria que virou tudo isso e que em nada essas coisas enaltecem o Reino de Deus.
Que o cristianismo está em crise ninguém duvida, mas chamar determinadas igrejas e determinados movimentos de cristãos é no mínimo desconhecimento da Palavra de Deus ou mesmo pura ingenuidade.
Está chegando o tempo em que as pessoas vão cair na real e entenderem a diferença entre uma Igreja Protestante histórica e uma igreja neopentecostal de mercado. A diferença é como o óleo e a água, simplesmente não se misturam.
Mas a obra de Deus permanece e o genuíno evangelho precisa ser pregado e ensinado a todas as pessoas. Mantenhamos a ortodoxia e preservemos a pura e genuína Palavra de Deus.

Rev. Haroldo Mendes
Missão Betesda - BH

20 setembro 2011

CONTROVÉRSIA BÍBLICA



Há, atualmente, uma grande controvérsia nos meios eruditos (e em algumas instâncias não tão eruditas assim) acerca dos textos utilizados para se comporem as traduções do Novo Testamento para o vernáculo. Liberais e fundamentalistas digladiam-se apaixonadamente, muitas vezes sem qualquer caridade de ambos os lados, aqueles querendo impor o Texto Crítico (TC), estes outros defendendo o Texto Recebido (TR).
TR e TC representam duas vertentes distintas, uma tradicional (TR) e outra moderna (TC), também chamadas, respectivamente, de Bizantina e Alexandrina, em razão de sua origem: a Bizantina, no mundo grego, e a Alexandrina, no Egito.
Já ouvi uns e outros dizerem, por um lado, que o TR é um texto “abominável”, “diabólico”, e, por outro, que o TC é “maligno”, “distorcido” e que ele “diminui” as verdades bíblicas fundamentais, entre elas, a própria divindade de Cristo.
A bem da verdade, segundo os especialistas, ambos os textos concordam em cerca de noventa por cento e as diferenças, em grande parte, referem-se a aspectos secundários, que não envolvem ensinamentos cruciais. E na maioria das ocorrências, uma verdade fundamental é omitida ou “distorcida” em alguma passagem, mas afirmada em outra.
Por exemplo, em Mateus 1.25, as Bíblias baseadas no TC dizem que a virgem deu à luz “um filho”, enquanto que as baseadas no TR grafam: “filho primogênito”. É óbvio que há uma disparidade muito grande entre Jesus ser apenas filho de Maria e ser seu filho primogênito. As consequências para a afirmação ou não da virgindade perpétua de Maria são claras em ambos os textos. Mas isto não quer absolutamente dizer que o TC tem deliberadamente esta ou aquela intenção, pois o mesmo TC, em Lucas 2.7 registra: “filho primogênito” (vide ARA e NVI, por exemplo).
Outro exemplo: 1 Timóteo 3.16. As Bíblias do TC dizem: “Aquele”, enquanto as do TR trazem: “Deus”. A NVI, embora no texto registre “Deus”, remete a uma nota de rodapé, que afirma: “Muitos manuscritos dizem Aquele que”. Para os adeptos do TR, a substituição de “Deus” por “Aquele”, ou mesmo a nota de rodapé, seriam uma ação deliberada dos revisionistas contra a divindade de Cristo. Mas o fato é que em muitas outras passagens, o TC afirma claramente a divindade do Senhor: Rm 9.5; Jo 1.1; Hb 1.8; 1 Jo 5.20; etc.
Pessoalmente, creio na inspiração verbal da Bíblia e na sua inerrância e infalibilidade e estou convicto de que o Texto Recebido é a expressão exata do que registraram em seus autógrafos os escritores do Novo Testamento, sob a inspiração do Espírito Santo. Entretanto, não tenho muitos problemas com o Texto Crítico e não acredito que quem lê apenas o TC deixe de ter acesso à genuína Palavra de Deus. Explico.
É parte da história que durante alguns séculos os cristãos primitivos de um modo geral foram privados do inteiro teor da Palavra de Deus escrita. Não havia Bíblias como hoje; era muito difícil e caro conseguir uma cópia de algum texto bíblico. De fato, nem mesmo havia sido definido oficialmente o cânon das Escrituras, o que só ocorreu no Concílio de Hipona, em 393 d.C, sendo confirmado no III Concílio de Cartago, em 397.
Mesmo assim, as pessoas se convertiam e conheciam a Palavra de Deus. Como isso era possível? Correndo o risco de simplificar demasiadamente a resposta, mas devido ao tempo e espaço exíguos, afirmo o seguinte:
A Bíblia é a Palavra de Deus escrita. Os originais foram escritos em hebraico, aramaico (VT) e grego (NT). Não obstante a inspiração do Espírito Santo, essas línguas são humanas e não podem expressar completamente o que Deus é, o que Deus faz e o que Deus quer. Qualquer afirmação em língua humana acerca de Deus torna-se uma abstração, uma redução do que Deus é, faz e quer.
Não é que as Escrituras não sejam perfeitas ou inspiradas por Deus; elas o são! Entretanto, por estarem decodificas em linguagem humana, elas só transmitem o que pode ser apreendido através das limitações próprias dessa linguagem. Uma compreensão completa da Palavra de Deus requer algo mais.
É por isso que quem lê a Palavra de Deus apenas com o intelecto, utilizando-se tão-somente das regras gramaticais, nada consegue entender. Assim o afirma a Palavra divina: “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.” (1 Co 2.14-15).
Por outro lado, Jesus é a Palavra de Deus em pessoa, divina Pessoa. Em nossa conversão, essa Palavra-Pessoa vem habitar em nós. Com esta presença e unção, não precisamos que alguém nos ensine, pois ela nos ensina – intuitivamente, melhor, misticamente – todas as coisas (1 Jo 2.27).
Assim sendo, de certo modo, tanto faz ler o Texto Recebido ou o Texto Crítico, ou mesmo ser privado da leitura, por ser analfabeto ou por opressão de algum regime político. A Palavra-Pessoa em nós – Cristo em nós – faz-nos discernir o que é e o que não é a Palavra de Deus, pois todo o conteúdo das Escrituras, e muito mais: aquilo que ultrapassa os limites da linguagem humana, habita em nós através da Palavra-Pessoa. E o mesmo Espírito que é a Palavra, e que também é Pessoa, e que inspirou a escrita da Palavra, inspira a nossa compreensão, para que saibamos com certeza o que Deus é, o que Deus faz e o que Deus quer.
Lembremo-nos do que disse a própria Palavra-Pessoa e que ficou registrado como Palavra escrita: “Se vocês permanecerem em mim, e as minhas palavras permanecerem em vocês…” (Jo 15.7). Pemaneçamos, pois.

+Bispo José Moreno
Igreja Anglicana Livre

12 setembro 2011

Publicado primeiro livro de Haroldo Mendes
"TRILHAS DA ALMA"
Uma narrativa simples que fala da fé e da vida.
Para adquirir seu exemplar faça contato com o autor pelo E-mail: haroldomendes@ig.com.br
ou pelo telefone: 9783-8915

09 junho 2011

Deus está além das fronteiras denominacionais

A salvação só pode ser conseguida por meio dele. (Jesus) Pois não há no mundo inteiro nenhum outro que Deus tenha dado aos seres humanos, por meio do qual possamos ser salvos. Atos 4:12 (NTLH)


Outro dia, saindo da reunião do Conselho de Pastores de Minas Gerais, fui interpelado (esse é o termo exato), por um “irmão” pastor, que questionou o fato de eu participar de um programa de televisão em que um padre da Igreja Católica Romana era o apresentador. O referido irmão parecia possesso, sabe-se lá de quê, pois aos gritos, disse que eu de maneira alguma poderia participar daquele programa, pelo simples fato de ter um padre direcionando a atração televisiva. Fiquei estupefato, para não dizer outra coisa. Inquiri dele o porquê de tal repulsa. Ele então foi incisivo: “Não pode haver diálogo com Satanás". Isso mesmo! Ele chamou o padre de Satanás. Demo, diabo......!!!
Eu disse ao “irmão”, que o dito programa era uma oportunidade de diálogo e entendimento entre igrejas diferentes. Disse que Deus não era “evangélico” e que temos de ter tolerância com quem pensa diferente. Mas ele não quis saber de conversa, queria mesmo era absolutizar sua “fé” pseudo evangélica e mostrar uma face fundamentalista e nada cristã!
Esse fato ocorrido de maneira corriqueira serve para nos mostrar até onde chega o fanatismo e o fundamentalismo religioso. Esse “pastor” tem uma idéia e uma concepção totalmente equivocada da fé protestante. Ele, ao que parece, não tem a mínima noção teológica do que ensinaram os reformadores do século XVI. Isto é um fato lamentável e ao que me parece ele não é o único a pensar assim.
Fica aí uma pergunta ao querido leitor: Será que quando Jesus voltar ele só vai levar os evangélicos para o Céu? Será que as pessoas que não são evangélicas não têm direito à salvação?
Faça você mesmo o julgamento.
Quem viver verá!

Rev. Harolodo Mendes+

26 maio 2011

De volta ao passado para prosseguir no futuro


Estão tirando o aspecto sagrado dos templos cristãos! Falo isso com um certo receio de cometer alguma injustiça, entretanto, devo admitir que esta é uma realidade bem visível aos nossos olhos.
Cada dia que passa os templos cristãos vão ficando cada vez mais secularizados. Não há mais símbolos, nem nada que nos reporte ao sagrado, à divindade. Como no dizer, me parece que de Rúben Alves, quatro paredes brancas e um púlpito. Ao invés de motivos cristãos e bíblicos o que vemos em alguns altares é propaganda e quando não, figuras completamente deslocadas do contexto. Onde está a arte sacra tão admirada e que tanto bem fez, evangelizando os iletrados em tempos passados?
A ausência de símbolos é herança de um tempo equivocado da Reforma Protestante. Alguns reformadores mais radicais pensavam e idealizavam a igreja como algo que parecesse o mínimo possível com a Igreja Medieval, eles queriam a reforma da reforma e acabaram por trazer ensinos estranhos e distantes da Igreja primitiva.
Hoje o radicalismo que vivemos não é tão cheio de boas intenções como outrora. É um radicalismo calculado, bem engendrado e feito para auferir lucro e lucro, que fique bem claro, financeiro.
No secularismo pós moderno onde vale tudo em nome da fé (que fé?) os vendilhões do templo querem abocanhar havidamente as pobres ovelhas sofridas do rebanho do Senhor.
Esta determinada ala da Igreja secularizada arrancou das páginas da Bíblia Sagrada a belíssima tradição judaica (repleta de simbologias) e as igrejas viraram casas de espetáculos, com palcos e plataformas ao invés de altares de adoração ao Santo de Israel.
Busquemos as origens apostólicas da fé cristã e restauremos a liturgia, os sacramentos, a beleza dos ritos, a arte sacra, com ícones e os diversos símbolos que compõem nossa riquíssima história.
Busquemos a volta ao passado para prosseguirmos rumo a um futuro glorioso.
Quem viver verá!

Rev. Haroldo Mendes+

24 abril 2011

Ressurreição: Festa maior!

Neste domingo, 24 de abril, comemoramos a Páscoa. Muitas pessoas correram para as igrejas logo pela manhã a fim de ouvir a mensagem da ressurreição. A Páscoa representa a nova vida, talvez daí o simbolismo do coelho, que se multiplica sem parar, trazendo sempre uma nova vida! (Aliás esse é o único elo que consigo achar entre a Páscoa e o coelho)
Apesar dos inúmeros cristãos que celebraram a Festa da Ressurreição em todo o mundo a maioria do povo sequer tomou conhecimento do fato, a não ser pelo seu aspecto comercial e festivo, onde as famílias se reúnem para um almoço diferente e suculento.
A Páscoa em síntese é a maior festa cristã, maior até que o natal. Seu significado transcende nossa realidade humana, pois ela nos mostra acima de tudo a vitória de Jesus sobre nosso maior inimigo. A morte. Não refletir sobre tamanho acontecimento é no mínimo insensatez e principalmente para os cristãos que devem trazer na ponta da língua o real significado da Páscoa.
Lendo o texto do lecionário para hoje, Atos dos Apóstolos, capítulo 10: 1 -10, vemos no discurso de Pedro a mais clara realidade da ressurreição. O apóstolo afirma que Jesus apareceu para os doze e que comeu e bebeu com eles depois de ressuscitado. Mas não foram todos os que o viram, apenas eles, que foram testemunhas de seu ministério, andaram com Ele e testemunharam sua morte. Deus presenteou os apóstolos com a presença de Jesus ressurreto, assim como fez com Maria Madalena e a outra Maria, de acordo com S. Mateus capítulo 28.
A Páscoa é resposta de Deus para as angústias humanas. Jesus venceu a morte por nós e nos garante vida nova. Assim como Ele ressuscitou, nós também ressuscitaremos com Ele em sua vinda!
O Senhor ressuscitou. Verdadeiramente o Senhor ressuscitou!

Rev. Haroldo Mendes+

23 março 2011

O MUNDO JAZ NO MALÍGNO

“Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno”. IJoão 5:19


Estas palavras de São João ecoam em meus ouvidos como uma bomba! E João nunca foi tão contemporâneo como agora. Eu não preciso pesquisar muito e nem defender uma tese de doutorado para saber que o apóstolo do amor estava coberto de razão em sua afirmativa.
O mundo jaz no maligno. Esta é a realidade para os dias atuais!!!
A violência está tomando proporções alarmantes e principalmente contra crianças, idosos e mulheres. Apenas pelo fato de um homem ser rejeitado por uma mulher ela pode se tornar vítima de assassinato. Aqui na minha cidade, (Belo Horizonte) recentemente, um jovem estudante de medicina tinha uma paixão “platônica” por uma moça da universidade. Acontece que a moça não tinha paixão por ele. O rapaz enfurecido pela recusa da menina em ficar com ele numa festa, a esfaqueou covardemente e sem piedade. Mas não pára aí. Há também o caso de uma senhora que resolveu com o filho dar cabo do marido, um PM aposentado. Eles esperaram o aposentado dormir e o jovem desferiu inúmeros golpes na cabeça do militar. E ao final, enquanto ele agonizava o rapaz pergunta se a mãe não participaria da barbárie. A mãe então diz: claro, vou apenas dar mais uma pancada na cabeça dele. Isso ela contou na delegacia como se fosse a coisa mais natural do mundo!
Fatos como esses acontecem todos os dias e estão expostos nas manchetes de jornais e nas TVs para quem quiser ver.
O mundo jaz no maligno!
Caminhamos para uma civilização sem ternura, onde a violência a intolerância e a falta de solidariedade desapareceram. Vivemos com medo, quando saímos para o trabalho não sabemos se vamos voltar. Podemos ser vítimas do trânsito ou da ação de marginais que andam livremente pelas ruas de nossas cidades. A insegurança é pior do que a prisão, pois ela cria dentro de nós uma expectativa de que algo ruim vai acontecer e estamos sempre atentos e nunca relaxamos.
Quando houve no Brasil o plebiscito para votarmos a questão do desarmamento eu fui um dos que votou contra. Muitas pessoas me criticaram e disseram: como pode um cristão votar contra o desarmamento? Mas eu estava muito convicto de minha posição, como ainda estou até hoje. Não adianta desarmar a sociedade e armar a bandidagem. E é justamente isso o que está acontecendo! A bandidagem anda solta e armada nas barbas do poder público e nós, reféns deles, nos acuamos e nos fechamos em nossas casas para não sermos mortos ou roubados.
Está na hora dos governos federais, estaduais e municipais tomarem providências sérias e eficazes contra isso. O aparelho de estado precisa mostrar sua força e sua autoridade contra os marginais que andam na contramão da nossa Constituição cidadã.
O mundo jaz no maligno!
Mas Jesus venceu o mundo.
Tenham bom ânimo!

Haroldo Mendes

28 fevereiro 2011

SÉCULOS XX E XI MARCADOS PELA MEDIOCRIDADE ESPIRITUAL

Nada mais correto do que afirmar o vazio e a mediocridade espiritual da igreja do nosso tempo. Após os grandes avivamentos dos séculos XVIII e início do século XIX a igreja caiu num vazio espiritual. Os Movimentos Pentecostais e Carismáticos foram os últimos grandes acontecimentos que marcaram esta geração. Depois disso o que temos visto são apenas mistificações, avivamentos induzidos e fabricados por gente esperta que só pensa em tirar proveito financeiro e político do povo.
O esvaziamento espiritual foi o responsável por uma geração de crentes infantis, estilo ôba, ôba, que só vão à igreja atrás de bênçãos e milagres (como se eles acontecessem com tanta freqüência!!!). Esta geração está marcada pela mediocridade espiritual. E a causa disto é que as lideranças que deveriam levar os irmãos ao conhecimento mais profundo da Palavra de Deus fizeram justamente o contrário. Passaram a ensinar doutrinas bizarras e exóticas e cada vez mais deixando de lado as Escrituras Canônicas (Os textos oficiais da Palavra de Deus) e o resultado não poderia ser outro a não ser o vazio espiritual.
A ação deliberada de deixar de lado o contexto histórico e apostólico, fez com que a igreja se desvirtuasse de sua ação litúrgica legítima. Ou seja, ela perdeu o referencial de culto, da adoração em seu sentido mais amplo. Os cultos deixaram de ser de adoração para se tornarem shows de música gospel. Uma infinidade de artistas de música gospel desponta no mercado religioso a cada dia. Cada um com seu jeito próprio, mas todos, ou quase todos, com raras exceções, querem despontar como artistas, como celebridades e pior, alguns estão fazendo fortuna em nome da fé.
Mas se retrocedermos nosso olhar e visualizarmos os pais apostólicos, seus ensinos e prática e posteriormente os pais da igreja, veremos a grande disparidade entre a igreja do passado e a do presente.
Muitos mártires deram suas vidas pela causa de Jesus. Hoje assistimos justamente o contrário. Vemos muitas pessoas reivindicando benefícios e vantagens, como numa promoção de loja, para seguir Jesus. É a igreja da pechincha! Quem dá mais? A cada templo fincado nas esquinas das ruas uma oferta diferente para atrair o freguês. Quem dá mais? Fico imaginando Jesus assistindo a tudo isso, como ele deve se entristecer vendo sua igreja se perdendo em meio a tantos interesses, menos os do Reino de Deus. É como o Senhor falou com os fariseus:
“Guias cegos, que coais o mosquito e engolis o camelo!” Mt. 23:24
Estamos preocupados com tudo, menos com o que é mais importante, que é a adoração ao Senhor e o serviço aos que sofrem. Para muitos hoje só o fato de você sofrer ou passar por um revés já é sinal de que algo vai errado com sua vida. A maioria das lideranças cristãs de hoje não querem nem chegar perto de gente pobre (talvez medo de pegar maldição?). Há um espírito ganancioso e mesquinho que ronda o meio evangélico ultimamente que faz com que os crentes só pensem em sucesso financeiro. Isto se tornou o objetivo motivador da fé cristã. Não é mais o serviço ao próximo, mas sim dominar e tomar posse daquilo que não temos e muitas vezes em detrimento do outro.
Onde vamos parar? Para onde caminharemos com esta ilusão?
Deve haver uma saída para nós. Confiemos no Senhor!

Rev. Haroldo Mendes+

10 fevereiro 2011

Esquecendo Deus

Nosso tempo carece de valores. Há uma tendência de afastamento das coisas de Deus. A criatura separou-se de seu criador e agora quer viver sua independência espiritual. O pensamento que povoa as mentes, principalmente as dos jovens é esse sentimento de não querer mais saber de Deus. A cada dia que passa o cristianismo vai se tornando irrelevante para a maioria de pessoas. Não precisamos ser muito cultos ou espirituais para constatarmos isso. Basta subtrairmos o número de cristãos, pela população mundial. Há no planeta terra algo em torno de seis bilhões e quinhentos milhões de seres humanos. Dentre esses, apenas 2 bilhões e 600 milhões são cristãos, ou seja, apenas 40% do mundo é cristão. Então podemos deduzir que 60% dos moradores do planeta terra, não querem ser cristãos ou não tiveram a oportunidade de sê-lo! Isto deveria nos levar a uma reflexão profunda sobre a nossa fé e sobre a maneira como a estamos vivenciando.
Será por que a maioria dos habitantes do planeta terra ainda não é cristã? Isso nos leva a questionar nossa própria maneira de viver a fé, ou seja, que tipo de testemunho cristão as igrejas do mundo inteiro estão dando para que uma parcela tão grande da humanidade não queira ser cristã?
O grande mestre espiritual indiano Mahatma Gandhi, dizia que ele aceitava o Cristo, mas não aceitava os cristãos! A Igreja do Senhor deve se envergonhar quando homens da envergadura espiritual de Gandhi não queriam ter comunhão com ela. Não adianta dizer que somos cristãos ou mesmo fazer parte de determinada denominação, quando nossas ações dizem justamente o contrário. Precisa haver coerência entre a nossa crença e a nossa prática se quisermos alcançar o mundo para Jesus.

Haroldo Mendes