14 outubro 2007

Reflexão Teológica

Eu não gosto de cruz

Outro dia conversando com um irmão sobre as coisas da fé, ele me disse de maneira veemente: Eu não suporto o uso de cruz. Então lhe repliquei: Mas como irmão? Você nega o símbolo maior de nossa redenção? E aí a pergunta ficou no ar. Criou-se um vácuo entre a pergunta e a resposta.Bem amigos é desta maneira trágica que se encontra nossa tão amada Igreja “Evangélica” no Brasil. Há um processo contínuo de negação e esvaziamento dos símbolos sagrados do cristianismo. Pasmem: Estão substituindo a cruz o peixe, as representações dos santos e mártires e outros símbolos da fé cristã, por símbolos do judaísmo e para espanto nosso, até do esoterismo! Em muitos templos evangélicos, encontram-se de tudo, menos símbolos da fé cristã. Existem desde formigas (smilinguido), até arca da aliança, menorá, uso de kipar e talit e outras coisas mais. Tudo isto numa tentativa desvairada de varrer do universo “evangélico”, tudo e qualquer coisa que lembre a Igreja Católica. (Como se ela não fosse evangélica também!) Mas é bom sabermos que a Reforma Protestante do século XVI, não foi uma reforma reducionista e nem a tentativa de se criar uma nova igreja. Isso nem passou pela cabeça de Martinho Lutero e João Calvino. O que eles queriam era reformar a Igreja Católica. Daí que se observarmos a igrejas históricas mais contextualizadas com a Reforma Protestante, como a luterana, anglicana e até os grupos mais conservadores batistas, veremos que elas primam por pautar seu ethos e sua liturgia, num contexto mais católico. (Não romano é claro!)A Igreja Evangélica brasileira se tornou reducionista. Ela rompeu com a tradição apostólica e consequentemente com a tradição da Igreja de Cristo. O Senhor ressuscitado fundou sua Igreja sob o fundamento dos apóstolos. Mas nesta dita igreja evangélica, não se celebram as festas principais do cristianismo, como a páscoa, pentecostes e algumas até renegam a celebração do natal do Senhor!A Igreja Evangélica Brasileira está perdendo sua identidade. Está sem rumo, histórica e teologicamente. O que se vê é a importação de doutrinas esdrúxulas e esotéricas, auto ajuda e pregação da herética “teologia da prosperidade”. Pastores montam verdadeiros negócios em nome do evangelho, enriquecem e usam a igreja para lavar dinheiro, muitas vezes ilícito às custas da exploração dos fiéis. (Quem não se lembra do caso do falso apóstolo Estevan Hernandez e da falsa bispa Sônia Hernandez?). Mas não se assustem, pois vem mais bomba por aí.Acho que chegou o momento de uma reavaliação da fé protestante. Não seria melhor que propuséssemos uma fé católica reformada? Manter a tradição católica da Igreja Antiga e preservar os valores essenciais da Reforma Protestante? Afinal de contas a palavra católico quer dizer universal e nesse sentido, todas as igrejas cristãs têm uma fé comum. Talvez aí consigamos salvar a Igreja Evangélica Brasileira do caminho estranho e bizarro para onde ela se dirige.
Quem viver verá!
Rev. Haroldo Mendes+