“Amados,
procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive
por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi
dada aos santos”. (Judas 1:3)
Fico perplexo com
certas atitudes de alguns religiosos em nossos dias. Nas diversas igrejas temos
pessoas de todos os tipos e personalidades. As pessoas vêm para as igrejas
oriundas de universos sociais, econômicos e culturais diferentes e outras até
de religiões diferentes. Isso faz com que haja uma gama enorme de situações e
pensamentos os mais paradoxais possíveis dentro das comunidades cristãs.
Na maioria de nossas
denominações evangélicas o quesito ensino está relegado a segundo plano, quando
não a terceiro. Isso faz com que muitos crentes, antes doutos na Palavra de
Deus, agora sejam verdadeiros analfabetos bíblicos. Ensinos básicos da doutrina
cristã como a pessoa de Cristo, a salvação, justificação, etc, são ignorados
como coisas irrelevantes. Hoje o que importa é a sensação de bem estar
proporcionada pelos pregadores de autoajuda e da Teologia da Prosperidade.
As pessoas querem se
sentir bem, não importa a doutrina e o ensino, pois, o que vale é se realizar
emocionalmente e financeiramente. Daí assistirmos perplexos a um verdadeiro
show de bizarrices e heresias diversas em nome de Deus e do Evangelho de Jesus.
Além da autoajuda
ensinada nos púlpitos existe também entre as denominações um conceito muito
errado da nossa relação com Deus. Eu me refiro à ideia de que Deus exige de nós
um sacrifício, uma troca, para que ele possa nos abençoar. Explico. As pessoas
acham que precisam dar alguma coisa para Deus para serem atendidas em seus
pedidos. (dinheiro, renúncia de algo que se gosta, etc... em fim, um sacrifício
qualquer) Esse é um erro recorrente na maioria das igrejas. O povo não
compreende o grande amor de Deus e sua gratuidade, pensam que sempre terão de
fazer “algo” para compensar a Deus pelo seu amor. Ora, isso é rejeitar a oferta
gratuita do seu grande amor dado a nós em Cristo. O Senhor Jesus padeceu o
martírio da cruz justamente devido à nossa incapacidade de agradar a Deus.
Somente somos aceitáveis a Ele por meio de Jesus Cristo, que nos torna amigos
de Deus. Qualquer tentativa de pagar outro “preço” que não seja o que já foi
pago por Cristo na cruz é blasfêmia contra Deus e rejeição do seu amor
incondicional.
Precisamos compreender
melhor o sentido da fé cristã e evangélica. Estamos nos tornando uma religião
quase pagã devido aos desvios absurdos muito comuns nos dias de hoje em muitas
igrejas e denominações.
É tempo de vigilância e
de reflexão.
Haroldo Mendes
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