22 maio 2015

PAGANISMO EVANGÉLICO?




“Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos”. (Judas 1:3)

Fico perplexo com certas atitudes de alguns religiosos em nossos dias. Nas diversas igrejas temos pessoas de todos os tipos e personalidades. As pessoas vêm para as igrejas oriundas de universos sociais, econômicos e culturais diferentes e outras até de religiões diferentes. Isso faz com que haja uma gama enorme de situações e pensamentos os mais paradoxais possíveis dentro das comunidades cristãs.
Na maioria de nossas denominações evangélicas o quesito ensino está relegado a segundo plano, quando não a terceiro. Isso faz com que muitos crentes, antes doutos na Palavra de Deus, agora sejam verdadeiros analfabetos bíblicos. Ensinos básicos da doutrina cristã como a pessoa de Cristo, a salvação, justificação, etc, são ignorados como coisas irrelevantes. Hoje o que importa é a sensação de bem estar proporcionada pelos pregadores de autoajuda e da Teologia da Prosperidade.
As pessoas querem se sentir bem, não importa a doutrina e o ensino, pois, o que vale é se realizar emocionalmente e financeiramente. Daí assistirmos perplexos a um verdadeiro show de bizarrices e heresias diversas em nome de Deus e do Evangelho de Jesus.
Além da autoajuda ensinada nos púlpitos existe também entre as denominações um conceito muito errado da nossa relação com Deus. Eu me refiro à ideia de que Deus exige de nós um sacrifício, uma troca, para que ele possa nos abençoar. Explico. As pessoas acham que precisam dar alguma coisa para Deus para serem atendidas em seus pedidos. (dinheiro, renúncia de algo que se gosta, etc... em fim, um sacrifício qualquer) Esse é um erro recorrente na maioria das igrejas. O povo não compreende o grande amor de Deus e sua gratuidade, pensam que sempre terão de fazer “algo” para compensar a Deus pelo seu amor. Ora, isso é rejeitar a oferta gratuita do seu grande amor dado a nós em Cristo. O Senhor Jesus padeceu o martírio da cruz justamente devido à nossa incapacidade de agradar a Deus. Somente somos aceitáveis a Ele por meio de Jesus Cristo, que nos torna amigos de Deus. Qualquer tentativa de pagar outro “preço” que não seja o que já foi pago por Cristo na cruz é blasfêmia contra Deus e rejeição do seu amor incondicional.
Precisamos compreender melhor o sentido da fé cristã e evangélica. Estamos nos tornando uma religião quase pagã devido aos desvios absurdos muito comuns nos dias de hoje em muitas igrejas e denominações.
É tempo de vigilância e de reflexão.


Haroldo Mendes

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