Muitas
vezes nos sentimos presos a regras, dogmas e rótulos sociais. Fora isso há
também as inúmeras crendices, usos e costumes totalmente descontextualizados
que nos aprisionam. A grande questão que nos toca é a prática cristã. Como
viver a mensagem deixada por Cristo num mundo totalmente avesso às questões
espirituais e que em sua maioria pensa que os valores cristãos já estão
ultrapassados?
A
má interpretação da mensagem evangélica e a falta de um ensino e divulgação
adequados são os causadores dessa rejeição por parte de muitas pessoas. O que
temos visto? Liguem a TV e assistam aos programas religiosos e terão ideia do
que andam ensinando e pregando como mensagem cristã. Não precisamos ser
teólogos ou especialistas em religião para sabermos que a maioria dos
pregadores de hoje pregam um evangelho totalmente fora do seu contexto e pior,
infiel à mensagem original do seu criador.
Penso realmente que o problema é hermenêutico
ou de caráter. Se for hermenêutico, menos mal, pois há sempre a possibilidade
de uma volta a uma interpretação mais fiel da mensagem. Mas se for de caráter,
aí sim, a coisa toma rumos obscuros e é necessário denunciar e desmascarar os falsos profetas e vendilhões do
templo.
Alguém disse que Jesus nos chamou para sermos
fiéis a ele e à sua mensagem e não para termos sucesso. Prosperidade financeira,
bem estar emocional, adquirir bens a todo custo e pautar a vida pelo ter e não
pelo ser, isso definitivamente não é o objetivo da mensagem de Jesus. Pelo
contrário a proposta do carpinteiro Jesus é de amor ao próximo, solidariedade e
acima de tudo compromisso com os menos favorecidos, os pobres.
Este ano comemoramos os 495 anos da Reforma
Protestante. Como carecemos de olhar o passado! Como necessitamos afinar os
ouvidos para ouvir a voz dos reformadores e daqueles que os antecederam!
A Reforma Protestante, embora tenha quase 500
anos é atualíssima. Ela poderá nos ajudar a conduzir a Igreja do Senhor nesses
dias de escassez e aridez espirituais.
Parafraseando um filósofo cristão, posso
dizer que para vivermos o presente precisamos olhar para o passado com perspectivas
para o futuro.